• Marco Ferrari Sommelier
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27 de Abril - Marselan Day
  • 27 de Abril - Marselan Day
    27 de Abril - Marselan Day

  • A casta Marselan surge no mundo vitícola em 1961, pelo especialista francês Paul Truel, na cidade de Montpellier, Sul da França.

    Originada pelo cruzamento entre a Cabernet Sauvignon e Grenache, o objetivo era conseguir uma uva de bom vigor e rendimento bastante elevado.

    Acabou que seu desenvolvimento não foi talvez correspondente ao esperado da época e a Marselan ficou meio que esquecida, isso até tempos recentes, na verdade a partir da virada do século, timidamente no começo e com mais força depois a Marselan atraiu as atenções de produtores, sobretudo do Novo Mundo e de regiões emergentes.

    Temos registro de vinhos interessantes produzidos com a Marselan no Brasil, nas regiões da Serra do Sudeste e na Serra Gaúcha. Bons vinhos de Marselan são feitos também no Uruguai, muitas vezes em corte com outras castas.

    As características principais da Marselan são o aroma de frutas vermelhas acentuado, cor marcante e taninos redondos, a tendencia é produzir vinhos que não necessitam de muito afinamento, rapidamente prontos para o consumo e sem demandar longa guarda, por isso a escolha de muitos enólogos em utilizar a Marselan em corte com castas mais tânicas e adstringentes, para abreviar o tempo de guarda e amaciar o tanino na degustação.

    Recentemente, no ano de 2019, o CIVB (Conseil Interprofessionnel du Vin de Bordeaux), e o INAO (Institut National de l’Origine et de la Qualité), aprovaram a Marselan como mais uma casta para ser utilizada nas denominações Bordeaux AOC e Bordeaux Superior AOC, juntamente com outras castas que não são nativas da região, mas que foram integradas às mais celebres Merlot, Cabernet, Petit Verdot etc, em virtude das mudanças climáticas, para agregar qualidades aos vinhos de lá.

    A Marselan é uma casta de colheita médio tardia e de boa acidez, o que explica o motivo da escolha dos bordaleses, sua excelente adaptabilidade com preferência por clima seco e solo calcário, formam um perfil ideal para agregar acidez aos vinhos de Bordeaux, numa época de inevitável aquecimento global.

    As demais castas autorizadas na ocasião foram as tintas Touriga Nacional, Arinarnoa e Castets, além da Marselan, e as brancas Alvarinho, Petit Manseng e Liliorila.